quarta-feira, 1 de agosto de 2001

Um olhar para nós mesmos

"Tudo posso Naquele que me fortalece"


Há muito o que se fazer, muito a se construir em uma sociedade alimentada em grande proporção pela violência, o ódio, a falta do amor de Deus. 

Os homens estão cada vez amis distantes uns dos outros, sendo incapazes de tornar possível uma vida mais próxima da união e da paz humana. 

Hoje falam de novas conquistas espaciais, das mais avançadas possíveis; a globalização é matéria máxima do marketing universal; outros ainda sustentam discursos da ética na política, moral; falam de paz e de novos tempos. 

Como acreditar nesses homens de “gravata”, de “colarinho branco”, se bem ao lado das janelas de nossos quartos há tantos morrendo de fome, desempregados, sem escola, sem voz e sem vez? 

Ao olhar esse povo dá um aperto no coração e começo analisar alguns fatos, como já escreveu o saudoso compositor e cantor Renato Russo: “A humanidade é desumana”. 

Nós, que às vezes enchemos o peito para dizermos que somos cristãos, católicos de amor e batismo, somos os mesmos que o máximo que conseguimos é torcer o nariz quando há alguém querendo fazer algo de novo, dentro da nossa própria Igreja, com o medo de perder o posto que imaginamos ser nosso e na verdade sequer existem. 

É muito fácil não fazer nada par o bem das pessoas, quando dela nada necessitamos. 

Agora penso em Jesus: o filho de Deus escolhe ser um menino simples, humilde, pobre, carpinteiro. O maior homem que a história conheceu é cuspido, xingado, chicoteado, pregado e morto em uma cruz, de braços abertos. Uma de suas últimas palavras foram: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!”. 

É preciso um olhar para dentro de nós mesmos e descobrirmos que estamos neste mundo por uma missão divina, somos todos iguais perante Deus e para a morte não levamos nada desta vida humana. 

Saber aceitar e respeitar o outro é a premissa para uma vida onde se realiza a plenitude do amor e da paz. 

Não é possível construir um novo mundo que todos sonhamos, sem antes toda a humanidade não interiorizar em seus corações o princípio básico para termos esse sonho realidade: ter um coração aberto para o amor de Deus.


Leonardo J. D. Campos

Publicado no  Jornal Voz das Comunidades - Diocese de Santo André - Agosto de 2001 - p. 2.