A história tem alguns atenuantes que marcam a humanidade e algumas
comparações sempre são muito pertinentes no imaginário das
pessoas. Quem um dia olhou para alguém e disse: Nossa como você se
parece com alguém que eu conheço!
Existem alguns fatos que se assemelham no seu contexto e que muitas
vezes provocam uma reflexão acerca de sua relevância.
Para os Católicos como eu, domingo próximo se celebra o Domingo de
Ramos que marca o início das celebrações da Semana Santa. O que se
celebra nesse Domingo de Ramos? – Trata-se de um determinado
momento em que Jesus entra na cidade de Jerusalém e é recebido pelo
povo como rei, o saudando com ramos de oliveira.
Se continuarmos a história, pouco tempo depois deste fato, Jesus é
levado a julgamento, este mediado pelo Rei Herodes, que, diga-se de
passagem, não encontrou motivos para condená-lo, aquele mesmo povo
se faz presente neste momento histórico e pede a crucificação de
Jesus.
Longe, mais muito longe de comparar Jesus com Luiz Inácio Lula da
Silva, mas não resisto em dizer que vejo uma enorme semelhança
desses dois fatos. Esse mesmo Lula que lutou contra a ditadura e se
dispõe a fazer um enfrentamento político contra uma elite que
possui em mãos o domínio do poder econômico, midiático, cultural,
ideológico etc, desde os primórdios de nossa história, ele Lula,
consegue, em 2002, pela via democrática, ser eleito Presidente da
República, mediante um apelo popular muito forte.
Oito anos à frente do governo federal ele chega a quase uma
unanimidade nacional em aprovação de suas políticas sociais
implantadas no Brasil e de todas as políticas que contribuíram para
tirar milhões de pessoas da condição de pobreza extrema, outras
tantas terem acesso à universidade e a inúmeros direitos
conquistados pela classe social mais pobre deste país.
E nos dias hoje, uma parte significativa deste mesmo povo que
carregou Lula no colo, o chamam de ladrão e querem o ver atrás das
grades de uma prisão. Talvez eu esteja louco, mas, o tempo e as
pessoas, sem nenhuma sombra de dúvidas, costumam ser implacáveis
com seus “heróis”.
E algumas perguntas acabam por ser inevitáveis: Jesus era bandido ou
herói? – E Lula?
Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no jornal ABCD MAIOR - Março de 2016 - Caderno Opinião – pág. 2