sexta-feira, 18 de março de 2016

Bandido ou herói?

 

A história tem alguns atenuantes que marcam a humanidade e algumas comparações sempre são muito pertinentes no imaginário das pessoas. Quem um dia olhou para alguém e disse: Nossa como você se parece com alguém que eu conheço!

Existem alguns fatos que se assemelham no seu contexto e que muitas vezes provocam uma reflexão acerca de sua relevância.

Para os Católicos como eu, domingo próximo se celebra o Domingo de Ramos que marca o início das celebrações da Semana Santa. O que se celebra nesse Domingo de Ramos? – Trata-se de um determinado momento em que Jesus entra na cidade de Jerusalém e é recebido pelo povo como rei, o saudando com ramos de oliveira.

Se continuarmos a história, pouco tempo depois deste fato, Jesus é levado a julgamento, este mediado pelo Rei Herodes, que, diga-se de passagem, não encontrou motivos para condená-lo, aquele mesmo povo se faz presente neste momento histórico e pede a crucificação de Jesus.

Longe, mais muito longe de comparar Jesus com Luiz Inácio Lula da Silva, mas não resisto em dizer que vejo uma enorme semelhança desses dois fatos. Esse mesmo Lula que lutou contra a ditadura e se dispõe a fazer um enfrentamento político contra uma elite que possui em mãos o domínio do poder econômico, midiático, cultural, ideológico etc, desde os primórdios de nossa história, ele Lula, consegue, em 2002, pela via democrática, ser eleito Presidente da República, mediante um apelo popular muito forte.

Oito anos à frente do governo federal ele chega a quase uma unanimidade nacional em aprovação de suas políticas sociais implantadas no Brasil e de todas as políticas que contribuíram para tirar milhões de pessoas da condição de pobreza extrema, outras tantas terem acesso à universidade e a inúmeros direitos conquistados pela classe social mais pobre deste país.

E nos dias hoje, uma parte significativa deste mesmo povo que carregou Lula no colo, o chamam de ladrão e querem o ver atrás das grades de uma prisão. Talvez eu esteja louco, mas, o tempo e as pessoas, sem nenhuma sombra de dúvidas, costumam ser implacáveis com seus “heróis”.

E algumas perguntas acabam por ser inevitáveis: Jesus era bandido ou herói? – E Lula?

Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no jornal ABCD MAIOR - Março de 2016 - Caderno Opinião – pág. 2

sábado, 5 de março de 2016

Grito de esperança

Que o nosso país é sem memória isso parece mesmo ser um fato que corresponde a realidade. A facilidade com que aqui um herói vira bandido e um bandido vira herói é algo espantoso, beira ao ridículo e chega a ser cômico.

A diferença de tratamento com que as pessoas são submetidas, o preconceito nojento de uma mídia a serviço de uma elite reacionária, de uma classe dominante que se acha acima do bem do mal, mal acostumada com as beneficies do capital, que acreditam que o poder não emana do povo, mas de suas vontades e apenas para atender suas subserviências, é algo desmedido. 

Não é possível discutir o jogo que está colocado em cheque, a disputa de projeto de sociedade que se apresenta, sem olhar com muita precisão cada detalhe que aparece colocado num verdadeiro espetáculo midiático que o povo brasileiro vem assistindo nos últimos tempos.

Ainda está muito presente em minha mente o dia em que decidi deixar minha terra natal para me “aventurar” numa grande metrópole como esta de São Paulo, alimentando um sonho de ser alguém na vida, que para mim representava ter um diploma universitário.

As condições em que eu vivia no interior daquele estado, região pobre da Zona da Mata mineira, não conseguia vislumbrar a possibilidade de eu realizar esse sonho.

Precisou um “analfabeto”, como gostam de chamar Luiz Inácio Lula da Silva, um operário, nordestino, fugitivo da fome, Torneiro Mecânico se tornar Presidente da República para que eu pudesse ter concretizado aquele sonho.

Claro que hoje eu aprendi que ser alguém na vida não basta ter um diploma universitário, mas também sei que este já foi o sonho de milhares e milhares de brasileiros e brasileiras e que morreram sem ter essa oportunidade.

Precisou esse “analfabeto” ser presidente para que os caminhos para o pobre ocupar um banco universitário pudesse ser realidade. Esses bancos das universidades só não são ocupados se alguém não quiser. Hoje negro e negra pode ser doutor; filho de empregada doméstica, de trabalhador, pode ser engenheiro; e isso incomoda muita gente que não estava acostumada em ter que sentar-se ao lado dessa “gente”.

É claro que tem muitos que usufruíram do Pro-Uni, do Ciências Sem Fronteiras, do FIES etc propagam o ódio desmedido e irresponsável que a grande mídia insiste transmitir e, infelizmente, essas pessoas estão cuspindo no prato que comeu.

Também é notório que muitos que usufruíram do “Minha Casa Minha Vida”, do “Bolsa Família” e de tantos outros programas sociais e os que ainda conseguiram evoluir, ocupando outro patamar na escala social, chamam Lula de ladrão e de bandido. Penso que estes são pobres de espírito, fracos de consciência política e ideológica, não tem opinião própria, são levados pela onda do momento e pessoas que querem levar vantagem de cada situação que lhe apresenta favorável.

Sim, aquele que deu oportunidades a tanta gente, que tirou o Brasil do mapa da fome, que expulsou o FMI de vez por todas, que aumentou as reservas cambiais, que construiu mais de cento e cinquenta universidades e FATEC’s, que ousou distribuir renda para os mais pobres e vulneráveis, que levou o “luz para todos” em cada recanto mais remoto, que pôs um sorriso em tantas bocas, que nos fez sentir um sentimento que a mais quinhentos anos de nossa história era algo imaginável: um operário, um trabalhador, um peão de fábrica e mulher pode ser Presidente e governar esse país para todos e todas.

Que nojo! – O que estamos vendo hoje, nada mais propício ser comparado a um picadeiro, alimentado por manchete de jornal, por noticiário da grande mídia brasileira, que vomita uma ideia de que nós, contrários ao pensamento retrógrado que eles insistem propagar, somos os palhaços dessa história e eles os detentores da verdade.

Que lindo! – Ainda posso gritar e ouvir nas ruas um grito de esperança que renasce contigo, LULA DA SILVA, grande homem, grande brasileiro, grande líder e inestimável presidente. E como é lindo!

Que bom! - Pode até tirar de nós coisas materiais, mas nunca vão nos tirar a nossa consciência e a nossa capacidade de organização da classe trabalhadora e de lutar pela construção de nossos caminhos e nossos destinos. Viva o Brasil! Viva Lula da Silva! Viva a classe Trabalhadora!

Leonardo J. D. Campos
Publicado na minha FanPage "Recanto Poético", em 05 de março de 2016