terça-feira, 10 de maio de 2011

Uma economia a serviço da vida 

Cada dia que passa, mais e mais a temática da economia solidária ganha espaço nas discussões cotidianas e a sua prática, terreno no cenário nacional. Hoje já são mais de 30 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem desta nova forma de economia, entendida como um conjunto de atividades econômicas – produção, distribuição, consumo, finanças e crédito – organizadas e realizadas solidariamente por trabalhadores e trabalhadoras, de forma coletiva e autogestionária, que explica os valores e princípios fundamentais da economia solidária, que é a cooperação, a autogestão, a solidariedade e a ação econômica. 

No ABCD, Santo André saiu na frente como o primeiro município da Região a ter uma legislação específica, regulamentada, que estabelece princípios fundamentais e objetivos de uma Política Municipal de Trabalho e Economia Solidária. O PT de Santo André, enquanto partido, também sairá na frente sendo o primeiro diretório da Região a criar o Setorial de Economia Solidária, em evento que acontecerá no próximo dia 28, na sede do diretório do partido, às 10h. 

Um importante momento para o aprofundamento da economia solidária aconteceu no último sábado (07/05), na Igreja Mãe de Deus e dos Órfãos, em Santo André, na Vila Rica. Na ocasião, foi realizado o debate sobre assuntos como políticas públicas, economia solidária, testemunhos de experiências de empreendimentos, além de uma bonita exposição de produtos. 

Este encontro é parte da organização das ações do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) e do Programa Brasil Local, na cidade de Santo André, e teve como tema geral a “Economia Solidária como Estratégia de Prevenção à Violência”. 

O que mais chamou a atenção foi a grande participação da comunidade local, a diversidade de iniciativas econômicas solidárias apresentadas, o que me faz avaliar como extremamente positivo o saldo deste encontro porque pôde contribuir para uma maior divulgação da economia solidária como uma opção real frente à economia formal e também abriu possibilidades de expansão desta prática na região. 

Não há dúvidas de que a economia solidária irá fazer surgir uma nova sociedade, na medida em que aumente a quantidade de empreendimentos econômicos solidários e se popularize a cultura da cooperação e da solidariedade entre seus participantes. Ainda que não seja na sua totalidade, mas irá provocar cada vez mais a economia formal capitalista que é extremamente escravizante, alienante e exploratória. 

Sim, a economia solidária é, na sua essência, uma economia verdadeiramente “revolucionária”, sem armas, sem mortes, sem traumas, mas uma economia a serviço da vida. 


Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 10 a 12 de maio de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2