segunda-feira, 28 de novembro de 2011

No trilhar de uma vida


"NO TRILHAR DE UMA VIDA" é um livro que aprofunda o caminhar poético do autor, Leonardo J. D. Campos, com poemas, ainda que variados do ponto de vista temático, mas que apresentam uma profundade de sentimentos considerável.

São poemas que falam do pai, mãe, tempo, mulher nordestina, chuva para novas plantas, roças, revolta contra a corrupção, amor, fome e os mistérios do amor, entre outros mais.

Hildebrando Pafundi, Escritor, jornalista, contista, cronista e prefaciador do livro, ressalta que "A inspiração do poeta Leonardo não tem limites e suas poesias vão preenchendo páginas com protestos, sentimentos, gratidão, homenagem ao prefeito Celso Daniel, motivações, memórias, infância, trevas, trilhas, fé, missão, esperança, amor, noite, amor, aurora, amor..."

Pode-se dizer que nesta obra onde é possível que o leitor mais atento perceba a proximidade do autor com as origens camponesas; o amor à família; o compromisso com a luta por melhores dias; a fé enraizada na doação e esperança; e muitas outras belas reflexões. Enfim, Leonardo retrata uma diversidade de pensamentos e faz uma bela "viagem" a diferentes formas de ver o mundo e o ser humano.

O lançamento do livro ocorreu na noite de 28 de novembro de 2011 e teve como motivação a celebração dos seu 40º aniversário (ver vídeo abaixo).





terça-feira, 8 de novembro de 2011

A marcha dos movimentos sociais 


O ano de 2011 poderá ser marcado para o Fórum Social do ABCDMRR como um ano da ousadia por ter assumido a temática juventude como um tema transversal nas ações, nos debates e na organização da 5ª Jornada Cidadã, em São Caetano do Sul. 

O centro e o resultado destes debates culminaram em um bonito e importante processo de planejamento, de aprendizado, focando a organização da nossa grande festa regional, intitulada como “5ª Jornada Cidadã – Ligada na Juventude” 

Tomando a liberdade de poetar e parafrasear o grande Geraldo Vandré, arrisco afirmar que, ficará para os anais da história de nossa Região e na memória daqueles e daquelas que ousaram fazer parte deste desafio, o registro ecoado em coro, nas rimas teimosas a cantar: “Valeu falar das flores”, dos encantos da juventude, de seus sonhos, de sua história e de sua liberdade. 

Vale ressaltar a importância da existência de um fórum como este, aberto, sem restrições para a enorme diversidade de movimentos sociais, culturais, religiosos etc, para que possam se manifestar sem as ameaças do poder, sem a coerção de qualquer ordem e sem as intempéries do sistema. 

Quero citar algumas de tantas outras entidades envolvidas neste processo em 2011, como a USCS, Universidade Metodista, Casa Mateus, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, CNM, Instituto Integrar, Unisol Brasil, Jornal ABCD Maior, CUT, Movimento de Mulheres, Movimento dos Ambientalistas, MST, Movimentos Culturais, Culturas Tradicionais, Pastoral da Juventude, religiões como a Umbanda, o Candomblé, Igrejas como a Luterana, a Católica, diversas Evangélicas, etc. 

Como já mencionado, é possível perceber a enorme diversidade com a sua dimensão social imensurável. Essa riqueza e essa qualidade é o que proporciona o sucesso desde a elaboração, a construção de todo processo de organização, até a realização da já consolidada Jornada Cidadã. 

Desde 2007, a Jornada vem fazendo parte da agenda do movimento social de nossa região, que nada mais é que uma grande festa, consciente e alegre, daqueles e daquelas que tem o compromisso com transformação da sociedade, a partir de nossa Região, através de diversas formas de manifestação cultural, artística, religiosa, política, social, além de ser um espaço de formulação de idéias, de conceitos, de políticas públicas e outros.                      

Penso que a Jornada pode ser entendida como uma grande marcha destes movimentos, destas entidades, destes homens e mulheres que se unem, vivem e acreditam que a vida das pessoas pode ser melhor e que é possível fazer valer, para cada indivíduo, o seu direito de cidadão. 

Peço licença para recorrer ao místico, a existência de uma força superior que move, que une, que faz cada pessoa se agregar de forma espontânea, de forma gratuita e generosa, se propondo a contribuir na construção do novo, oferecendo a essência solidária de sua humanidade, a força de sua militância, o sonho de ver as coisas diferentes, o jeito fraterno de se manifestar a cada encontro, a cada momento, a cada ação proposta. 

Aqui estamos nós!  Mais uma jornada, mais uma grande festa, mas também uma grande responsabilidade em fazer com que esta construção continue a incessante busca de ver a nossa Região cada vez melhor. 

Uma grande, uma linda, uma empolgante e uma consciente jornada para todos e todas nós! 

Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 8 a 10 de novembro de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Conselho tutelar, uma missão 

A cidade de Santo André está se preparando para mais um processo de eleição com vistas à escolha de novos conselheiros e conselheiras tutelares, em três diferentes regiões, sendo elas: Segundo Sub Distrito, Centro e Vila Luzita. 

Mais que votar e exercer a nossa cidadania no próximo 4 de setembro, o importante é saber que este gesto tem a premissa da defesa dos direitos da criança e do adolescente em sua integridade, seja ela física, social, psicológica, educacional, etc. 

É importante dizer que o Conselho Tutelar, além do papel de defesa, também é um órgão fiscalizador, responsável em dar encaminhamentos, mediante denúncias, a toda e qualquer ação que viole os direitos da criança e do adolescente, como por exemplo, discriminação, exploração, violência e outros. 

Vale ressaltar que, infelizmente, uma parcela significativa da sociedade, não tem conhecimento da existência deste órgão municipal que, dentre outras coisas, tem a função de defesa, de fiscalização, de encaminhamento, de acompanhamento, etc, em prol a esse público, prevista na lei 8.069 no dia 13 de julho de 1990, conhecida como ECA (Estatuto da Criança e Adolescente). 

O Conselho Tutelar surge no Brasil como uma ferramenta inovadora, muito importante, fruto de um intenso e amplo debate, em favor dos direitos fundamentais e humanos da criança e do adolescente. Ele é inovador, principalmente porque é formado por membros eleitos e constituído pela sociedade e não por indicações e por conveniência do órgão público. 

Esta ferramenta, assim como outras importantes que existem, como o Estatuto do Idoso, a Lei Maria da Penha e tantas outras, me faz acreditar que podemos viver um amanhã melhor, considerar que as boas práticas exercidas hoje, possam efetivamente criar mecanismos de uma sociedade mais democrática de fato e que essa democracia possa fazer renascer o novo, um novo homem e uma nova mulher. 

Acredito que o conselho também tenha este papel, mesmo que intrínseco, de ser uma verdadeira missão, movido pelo amor ao ser humano, pela garantia da justiça social, pela defesa da vida, incondicionalmente. 

Quero que toda criança tenha o direito de sonhar seu sonho; de poder brincar livremente na “praça”; de ter uma educação que lhe assegure o seu futuro; enfim, o direito de ser criança. 

Há muito que ser feito, o que ser construído, para que possamos ver a realidade desse sonho. Vale aqui citar Nelson Mandela, com toda sua sabedoria e sensibilidade, em uma de suas frases espetaculares: - “Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram”. 

Por tudo isso, é importante escolher a candidatura que mais esteja afinado com essas responsabilidades e ir às urnas, no domingo, para votar e elegermos os novos Conselhos Tutelares de nossa cidade. 

Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no jornal ABCD MAIOR de 02 a 05 de setembro de 2011 - Caderno Opinião – pág. 2

terça-feira, 10 de maio de 2011

Uma economia a serviço da vida 

Cada dia que passa, mais e mais a temática da economia solidária ganha espaço nas discussões cotidianas e a sua prática, terreno no cenário nacional. Hoje já são mais de 30 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem desta nova forma de economia, entendida como um conjunto de atividades econômicas – produção, distribuição, consumo, finanças e crédito – organizadas e realizadas solidariamente por trabalhadores e trabalhadoras, de forma coletiva e autogestionária, que explica os valores e princípios fundamentais da economia solidária, que é a cooperação, a autogestão, a solidariedade e a ação econômica. 

No ABCD, Santo André saiu na frente como o primeiro município da Região a ter uma legislação específica, regulamentada, que estabelece princípios fundamentais e objetivos de uma Política Municipal de Trabalho e Economia Solidária. O PT de Santo André, enquanto partido, também sairá na frente sendo o primeiro diretório da Região a criar o Setorial de Economia Solidária, em evento que acontecerá no próximo dia 28, na sede do diretório do partido, às 10h. 

Um importante momento para o aprofundamento da economia solidária aconteceu no último sábado (07/05), na Igreja Mãe de Deus e dos Órfãos, em Santo André, na Vila Rica. Na ocasião, foi realizado o debate sobre assuntos como políticas públicas, economia solidária, testemunhos de experiências de empreendimentos, além de uma bonita exposição de produtos. 

Este encontro é parte da organização das ações do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) e do Programa Brasil Local, na cidade de Santo André, e teve como tema geral a “Economia Solidária como Estratégia de Prevenção à Violência”. 

O que mais chamou a atenção foi a grande participação da comunidade local, a diversidade de iniciativas econômicas solidárias apresentadas, o que me faz avaliar como extremamente positivo o saldo deste encontro porque pôde contribuir para uma maior divulgação da economia solidária como uma opção real frente à economia formal e também abriu possibilidades de expansão desta prática na região. 

Não há dúvidas de que a economia solidária irá fazer surgir uma nova sociedade, na medida em que aumente a quantidade de empreendimentos econômicos solidários e se popularize a cultura da cooperação e da solidariedade entre seus participantes. Ainda que não seja na sua totalidade, mas irá provocar cada vez mais a economia formal capitalista que é extremamente escravizante, alienante e exploratória. 

Sim, a economia solidária é, na sua essência, uma economia verdadeiramente “revolucionária”, sem armas, sem mortes, sem traumas, mas uma economia a serviço da vida. 


Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 10 a 12 de maio de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2

terça-feira, 26 de abril de 2011

Brasil das multi juventudes

Falar da juventude (pessoas de 16 à 29 anos, de acordo com a PEC da Juventude) é um grande desafio, mas também é ter a oportunidade de diálogo com a maioria da população brasileira: população esta que sonha, que acredita, que faz.

"Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro". Esta histórica frase do ex-presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945, Franklin Delano Roosevelt, nos possibilita diferentes reflexões e uma delas penso ser a responsabilidade do estado em implantar políticas públicas que dêem conta de assegurar esse futuro.

Nos últimos anos, com o governo Lula e agora prosseguindo com o Governo Dilma, houve muitos avanços em políticas públicas para a juventude, principalmente na educação técnica e universitária; a criação da Secretaria Especial de Juventude; podemos destacar avanços na legislação, entre eles a criação do Conselho Nacional de Juventude (lei 11.129/2005 e Decreto Presidencial 5.490/2005); a promulgação da PEC da Juventude, transformada Emenda Constitucional de nº 65; as conferências Nacional da Juventude; o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e outras ações como criação de conselhos, fóruns etc. 

Claro que ainda há grandes desafios a serem enfrentados no Brasil como a necessidade de resolver questões básicas para esta faixa etária da população. Para citar três dados extremamente preocupantes dos tantos desses desafios, está o alto índice de desemprego: a cada dois desempregados no Brasil, um é jovem; a dificuldade de acesso a educação: apenas três em cada dez jovens têm acesso ao ensino médio; a realidade da violência: a cada três presos, dois é jovem. Dados publicados no portal: http://www.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/03. 

É necessário intensificar a elaboração de políticas para a juventude para que melhorem as estatísticas, que sinalizem novos horizontes e possibilidades, que incentive e qualifique para serem protagonistas de sua própria história. 

É preciso fazer valer o que diz o artigo 227 da nossa constituição: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 

Na Região do Grande ABCD, através do Fórum Social do ABCDMRR, estamos comprometidos com a temática da juventude, abordada como tema transversal das ações, dos debates e da jornada cidadã deste ano, que será realizada em novembro, em São Caetano do Sul. É um grande desafio, mas é também uma grande alegria poder estar mais próximo e comprometido com este público tão rico em suas diversidades culturais, raciais, sociais, religiosas etc.

Queremos contribuir para que a juventude brasileira, em especial a de nossa Região, tenha maior interatividade entre os movimentos sociais, maior inserção em pautas importantes como a economia solidária, a cultura, o meio ambiente e outras. 

Salve o Brasil das “multi-juventudes”, que encanta, que canta, que faz do seu tempo uma rica e importante porta de acesso ao mundo do novo, dos sonhos, das muitas formas de aprendizado, da esperança, da fé, do trabalho, da coragem inovadora do seu tempo e de sua história.

Leonardo J. D. Campos


terça-feira, 5 de abril de 2011

Sem medo de ser feliz

Pelos chamados corredores do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santo André, desde a derrota nas eleições de 2008, era possível escutar ecos de que a unidade no partido seria uma lição de casa que se devia exercer, porque só com a unidade seria possível retornar ao Paço através das eleições de 2012.  

Penso que esta lição de casa começou a ser feita com a realização de um importante seminário realizado nos últimos dias 26 e 27 de março de 2011, onde, em um clima fraterno, com as mentes abertas, e corações desarmados se pôde ver um PT diferente, com a cara do que foi a construção deste partido ao longo de seus 31 anos de existência. 

Com uma demonstração de consciência política e partidária, de maturidade de quem aprendeu a lição, é que nós, do Partido dos Trabalhadores de Santo André, realizamos este seminário com vistas à construção dessa unidade e à elaboração de um projeto político que dê conta de atender as expectativas de quem mora na cidade. 

É claro que o debate de qual será o nome do candidato ou da candidata, tão presente na mídia, também fizeram parte das discussões, mas tudo com muita serenidade e com a convicção de que esta definição passará por uma construção coletiva, no sentido de se chegar a um consenso do conjunto do partido. 

Parece redundante, mas é consenso que o consenso é necessário para não repetir as trágicas disputas internas, como aconteceu por duas vezes no passado e que, coincidentemente, foram seguidas de derrota eleitoral. 

Com a aprovação de um documento que dá as diretrizes desse processo interno, bem como uma  profunda análise da conjuntura local, o encontro também deliberou uma posição clara e responsável de oposição ao atual governo municipal. 

Este seminário serviu também para o PT se ver e se reconhecer novamente como força que ultrapassa os limites da individualidade de interesses em detrimento ao coletivo; o PT é maior que qualquer pessoa, por mais importante que ela possa ser; o PT é o resultado da soma de todas as pessoas que o compõem. 

Certamente aqueles ecos ganharam força e agora já é parte da realidade do partido que fixa o olhar para frente, concentra suas forças no longo trabalho a ser feito, em conjunto com a militância. 

Confesso que saí deste seminário animado, com as forças revigoradas e com a certeza de que podemos dar respostas concretas à sociedade andreense, frente às suas maiores necessidades. Este processo, começamos a fazer na cidade com nossos governos petistas e vejo reais possibilidades dele retomar. 

De uma forma um tanto poética, quero terminar dizendo que a nossa estrela volta a brilhar, volta a sonhar, “sem medo de ser feliz”, sem medo de reluzir o seu brilho e recobrir novamente esta cidade com esperança e certeza de ver chegar, na alegria de ver acontecer, a Santo André dos sonhos de todas e todos os andreenses. 


Leonardo Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 5 a 7 de abril de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2

terça-feira, 29 de março de 2011

Brasil da Humanização

Confesso que minha percepção do mundo é de um imenso espaço onde as mais significativas potencialidades do ser humano possam estar à serviço da vida, em viver de maneira cooperativa, de maneira em que os avanços obtidos no campo do conhecimento, tecnologias, ciências, sejam realmente destinados em favor da própria humanidade e não das mazelas do capitalismo. 

O Brasil vive, se não o melhor, um dos mais importantes e significativos momentos de sua história onde é possível verificar avanços em todas as camadas sociais, em todas as áreas temáticas e é possível verificar que adquirimos o total respeito internacional, que nos coloca em uma posição de referência no mundo. 

Tantas coisas hoje são possíveis no Brasil, o que antes parecia coisa de outro mundo. Hoje são recebidos como “gente” no tapete vermelho do Palácio do Planalto índios e índias, trabalhadores e trabalhadoras, sem terra, negros e negras; hoje estamos vendo serem presos, políticos, juízes, desembargadores... 

Sim, muitas coisas mudaram, mas há muito a ser feito. Não podemos aceitar, ao assistir pela TV ou ler nas páginas dos jornais, cenas como aquela, onde policiais, a sangue frio, sem piedade, sem o mínimo de humanidade, atiram sobre um adolescente de 14 anos, na cidade de Manaus; cenas onde uma mulher é obrigada a tirar a roupa para uma revista em São Paulo e que só se tornou público a mais ou menos 9 meses depois do ocorrido. 

São dois de tantos outros fatos que poderia relatar e que nos remete a interpretar como o limite do abuso de autoridade, da ausência de valores, da incapacidade de compreensão da moral e isso para dizer que não se trata aqui e espero que em nenhum outro lugar, a possibilidade de qualquer justificativa, porque não existe. 

A Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu artigo III nos diz que “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal” e no artigo V que “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”. Estas palavras já bastariam. 

Mas quero lembrar que, se Jesus Cristo, em sua humanidade visse estas cenas, repetiria suas sábias palavras “eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”; diria Mahatma Gandhi que “o mundo está farto de ódio”; Martin Luther King está em outro plano nos alertando que “nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam”; Dom Oscar Romero - no último dia 24 de março se celebrou 31 anos de sua morte - diria em uma de suas revolucionárias homilias que “ninguém está vencido, mesmo que o coloquem debaixo da bota da opressão e da repressão”... 

Não, não posso deixar de expressar o meu sentimento de indignação e ainda dizer que nosso país e o seu povo ainda precisa aprender algumas lições e a primeira delas é a de não se calar diante de tantas barbaridades, de tantas injustiças. Só assim é que será possível continuar a seguir o caminho do desenvolvimento, de uma nação que sempre sonhamos: democrática, livre, soberana e com justiça social. 

Esta construção é de todos e todas nós, não depende apenas de boa vontade dos governantes, de achar que as coisas por si só irão acontecer. Somos o país do futebol, do carnaval, do tropicalismo e precisamos também se transformar no país da humanização.


Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 29 a 31 de março de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2


terça-feira, 22 de março de 2011

Fazer política é para todos


Estamos diante de um tempo que, se não novo, é extremamente diferente em nosso País. Queiramos ou não aceitar, caminhamos a passos largos para uma grande transformação social e política na sociedade brasileira, fruto de uma revolução pacífica e democrática. 

Após a eleição de Lula, em 2002 e, com a sua posse como presidente em 2003, iniciou-se a implantação de um novo projeto político, que tem como base a credibilidade internacional, o respeito pela Nação, o crescimento econômico com distribuição de renda, a valorização do poder de compra do salário mínimo, a valorização do trabalhador do campo, grande investimento em educação técnica, tecnológica e universitária e tantas outras coisas que passaria aqui muito tempo para enumerar tamanha inversão de valores implantados pela política do governo Lula.  

O ano de 2011 chegou com a posse da primeira mulher a presidir o Brasil, trazendo seu “jeito” de mulher forte, em meio a um monte de “marmanjos”, em um País que, infelizmente, ainda que de maneira pouco explícita, é preconceituoso quanto à capacidade da mulher de ocupar postos de comando.  

Dilma chegou, reafirmando sua principal bandeira de campanha, como principal objetivo de seu governo, a erradicação da pobreza, anunciando um governo voltado para a melhoria das condições de vida de uma população que ultrapassa os 190 milhões de pessoas; chegou não temendo afirmar que “Governar não é apenas somar obras ou ações sociais, mas é também construir um projeto para o País” e, para tanto, fez gol de placa ao instalar o Fórum dos Direitos da Cidadania, um importante espaço para discutir e avançar em novas políticas públicas na área social; Dilma chegou afirmando que a questão dos direitos humanos não pode ser uma questão seletiva, mas para todas as pessoas; chegou para “gritar” ao País e ao mundo: “A mulher pode”. 

Que bom! As primeiras páginas dos jornais da atualidade estampam manchetes falando de crescimento do número de empregos, olimpíadas, copa do mundo, trem bala... 

Sim, política, para uns, é arte; para outros, apenas uma ciência. Tem aqueles que a veem como uma forma de se estabelecer na sociedade etc. Sou daqueles que acreditam na política como sendo um meio para transformar a vida das pessoas, um meio para implantar um projeto de sociedade, de acordo com nossa visão de mundo, respeitando os valores e a ética, defendendo os direitos e deveres do conjunto da sociedade. 

Sim, política não é para poucos, é para todos e todas. O Brasil demonstrou e revolucionou, dando ao mundo uma verdadeira aula de democracia, onde o povo pode participar dessa transformação, pelo voto livre e não pelo poder das armas.


Leonardo J. D. Campos
Artigo publicado no Jornal ABCD Maior - 22 a 24 de março de 2011 - Caderno Opinião - Pág. 2