Brasil das multi juventudes
Falar da juventude
(pessoas de 16 à 29 anos, de acordo com a PEC da Juventude) é um grande
desafio, mas também é ter a oportunidade de diálogo com a maioria da população
brasileira: população esta que sonha, que acredita, que faz.
"Nem sempre
podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa
juventude para o futuro". Esta histórica frase do ex-presidente dos
Estados Unidos de 1933 a 1945, Franklin Delano Roosevelt, nos possibilita
diferentes reflexões e uma delas penso ser a responsabilidade do estado em
implantar políticas públicas que dêem conta de assegurar esse futuro.
Nos últimos anos, com
o governo Lula e agora prosseguindo com o Governo Dilma, houve muitos avanços
em políticas públicas para a juventude, principalmente na educação técnica e
universitária; a criação da Secretaria Especial de Juventude; podemos destacar
avanços na legislação, entre eles a criação do Conselho Nacional de Juventude
(lei 11.129/2005 e Decreto Presidencial 5.490/2005); a promulgação da PEC da
Juventude, transformada Emenda Constitucional de nº 65; as conferências
Nacional da Juventude; o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); o
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e outras ações
como criação de conselhos, fóruns etc.
Claro que ainda há
grandes desafios a serem enfrentados no Brasil como a necessidade de resolver
questões básicas para esta faixa etária da população. Para citar três dados
extremamente preocupantes dos tantos desses desafios, está o alto índice de
desemprego: a cada dois desempregados no Brasil, um é jovem; a dificuldade de
acesso a educação: apenas três em cada dez jovens têm acesso ao ensino médio; a
realidade da violência: a cada três presos, dois é jovem. Dados publicados no
portal: http://www.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/03.
É necessário
intensificar a elaboração de políticas para a juventude para que melhorem as
estatísticas, que sinalizem novos horizontes e possibilidades, que incentive e
qualifique para serem protagonistas de sua própria história.
É preciso fazer valer
o que diz o artigo 227 da nossa constituição: “É dever da família, da sociedade
e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Na Região do Grande
ABCD, através do Fórum Social do ABCDMRR, estamos comprometidos com a temática
da juventude, abordada como tema transversal das ações, dos debates e da
jornada cidadã deste ano, que será realizada em novembro, em São Caetano do
Sul. É um grande desafio, mas é também uma grande alegria poder estar mais
próximo e comprometido com este público tão rico em suas diversidades
culturais, raciais, sociais, religiosas etc.
Queremos contribuir
para que a juventude brasileira, em especial a de nossa Região, tenha maior
interatividade entre os movimentos sociais, maior inserção em pautas
importantes como a economia solidária, a cultura, o meio ambiente e outras.
Salve o Brasil das
“multi-juventudes”, que encanta, que canta, que faz do seu tempo uma rica e
importante porta de acesso ao mundo do novo, dos sonhos, das muitas formas de
aprendizado, da esperança, da fé, do trabalho, da coragem inovadora do seu
tempo e de sua história.
Leonardo J.
D. Campos
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