terça-feira, 26 de abril de 2011

Brasil das multi juventudes

Falar da juventude (pessoas de 16 à 29 anos, de acordo com a PEC da Juventude) é um grande desafio, mas também é ter a oportunidade de diálogo com a maioria da população brasileira: população esta que sonha, que acredita, que faz.

"Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro". Esta histórica frase do ex-presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945, Franklin Delano Roosevelt, nos possibilita diferentes reflexões e uma delas penso ser a responsabilidade do estado em implantar políticas públicas que dêem conta de assegurar esse futuro.

Nos últimos anos, com o governo Lula e agora prosseguindo com o Governo Dilma, houve muitos avanços em políticas públicas para a juventude, principalmente na educação técnica e universitária; a criação da Secretaria Especial de Juventude; podemos destacar avanços na legislação, entre eles a criação do Conselho Nacional de Juventude (lei 11.129/2005 e Decreto Presidencial 5.490/2005); a promulgação da PEC da Juventude, transformada Emenda Constitucional de nº 65; as conferências Nacional da Juventude; o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e outras ações como criação de conselhos, fóruns etc. 

Claro que ainda há grandes desafios a serem enfrentados no Brasil como a necessidade de resolver questões básicas para esta faixa etária da população. Para citar três dados extremamente preocupantes dos tantos desses desafios, está o alto índice de desemprego: a cada dois desempregados no Brasil, um é jovem; a dificuldade de acesso a educação: apenas três em cada dez jovens têm acesso ao ensino médio; a realidade da violência: a cada três presos, dois é jovem. Dados publicados no portal: http://www.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/03. 

É necessário intensificar a elaboração de políticas para a juventude para que melhorem as estatísticas, que sinalizem novos horizontes e possibilidades, que incentive e qualifique para serem protagonistas de sua própria história. 

É preciso fazer valer o que diz o artigo 227 da nossa constituição: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 

Na Região do Grande ABCD, através do Fórum Social do ABCDMRR, estamos comprometidos com a temática da juventude, abordada como tema transversal das ações, dos debates e da jornada cidadã deste ano, que será realizada em novembro, em São Caetano do Sul. É um grande desafio, mas é também uma grande alegria poder estar mais próximo e comprometido com este público tão rico em suas diversidades culturais, raciais, sociais, religiosas etc.

Queremos contribuir para que a juventude brasileira, em especial a de nossa Região, tenha maior interatividade entre os movimentos sociais, maior inserção em pautas importantes como a economia solidária, a cultura, o meio ambiente e outras. 

Salve o Brasil das “multi-juventudes”, que encanta, que canta, que faz do seu tempo uma rica e importante porta de acesso ao mundo do novo, dos sonhos, das muitas formas de aprendizado, da esperança, da fé, do trabalho, da coragem inovadora do seu tempo e de sua história.

Leonardo J. D. Campos


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