sábado, 1 de setembro de 2001

 Consciência de abrir caminhos

"Deus deu ao mundo o seu Filho

para todo aquele que Nele crer 

possa alcançar a vida eterna"

 


Deus ao criar o mundo sonhou com que toda a humanidade vivesse em paz e como irmãos. Mas esta mesma humanidade traiu a confiança deste mesmo Deus tentando ser maior e assumir o poder, estando acima de suas próprias condições.

 

E Deus insistiu no seu sonho com Noé, Abraão, Moisés, os Profetas e por último com seu Filho Jesus, se tornando homem e vivendo em meio a nossa humanidade.

 

Foi com Jesus que Deus pôde tornar seu sonho possível. Ele nos mostrou por quais caminhos devemos seguir. Porém ainda há os que insistem em não viver o propósito desse amor incondicional e puro, ensinado por Cristo, ao aceitar ser morto na cruz para o perdão de nossos pecados. Nossa humanidade ainda não aprendeu a lição.

 

Diante disso, começo olhar o mundo e imaginar o quanto está sofrendo o nosso povo. A fome mata, o desprezo é causa de uma falta de sensibilidade e responsabilidade que não há tamanho para definir tal dimensão.

 

A todo o momento se fala nos meios de comunicação ou, na conversa de portão do dia-a-dia, de solidariedade! -são campanhas e mais campanhas das mais diversas como a do agasalho, da ação contra fome, do livro, "Criança Esperança" da poderosa Rede Globo e tantas outras.


Não se trata aqui de julgar se está certo ou errado todas essas iniciativas, a quem se destina, se alguém leva ou não vantagens com tudo isso. Claro que cada caso é diferenciado um do outro e não é a nossa proposta aqui analisar cada um deles.

Madre Teresa de Calcutá nos coloca que temos que dar o peixe a quem tem fome e quando ele puder se levantar que o ensinemos a pescar. O que de fato interessa em um primeiro momento é saber se tudo está de acordo com o mínimo de humanidade para se poder viver.

 

Pois bem, muitas destas iniciativas são válidas e, porque não dizer, necessárias, vale lembrar que, tomar essas atitudes é, antes de tudo, tirar das mãos do governo uma responsabilidade que é sua.

 

É preciso tomar um rumo a que se faz necessário: a consciência de abrir caminhos em direção a autonomia do pleno poder enquanto povo a que temos em nossas mãos.

Não é possível, um povo que se preze, ser tratado como trampolim, escadas para o exercício da autoridade não exercida em favor do conjunto da sociedade.

 

Não é possível continuar aceitando a fome, a miséria como moldes perfeitos, a continuar interessando a quem governa e a quem se diz defensores deste mesmo povo.

É hora de acordarmos para uma nova realidade e fazer dela, definitivamente, sinais do reino da verdade dos mais belos e encantadores sonhos deste Deus-Pai que nos ama a cada um de nós.

 

Leonardo J. D. Campos

Publicado no  Jornal Voz das Comunidades - Diocese de Santo André - Novembro de 2001 - p. 2.

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